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História do controle de autoridade (parte 2): os catálogos digitais

História do controle de autoridade (parte 2): os catálogos digitais

A revista Biblios acaba de publicar em seu volume 68, o artigo O controle de autoridade no domínio bibliográfico: os catálogos digitais, de autoria minha com as professoras Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos e Zaira Regina Zafalon.

Esse artigo é a segunda parte de uma revisão de literatura sobre a história do controle de autoridade. A primeira parte, que aborda os catálogos em livros e em fichas, foi publicada no volume anterior da revista. Os dois artigos fazem parte da minha tese, que defenderei em breve.

Por meio de uma revisão de literatura, este estudo tem por objetivo analisar o controle de autoridade nos catálogos digitais. Para isso, inicia-se com uma breve introdução acerca do controle de autoridade, contextualiza a automação das bibliotecas e o surgimento dos catálogos digitais a partir da década de 1960 e destaca alguns pontos da história dos catálogos digitais, tais como a criação de formatos MAchine-Readable Cataloging (MARC) para dados bibliográficos e de autoridade. Como síntese da compreensão atual do controle de autoridade, apresenta os modelos conceituais Functional Requirements for Authority Data (FRAD) e Functional Requirements for Subject Authority Data (FRSAD). Por fim, descreve o modelo de dados utilizado nos catálogos digitais atuais e conclui ressaltando a presença do controle de autoridade na história da Catalogação, a importância dos modelos conceituais FRAD e FRSAD, a retomada dos registros de autoridade no código de catalogação Resource Description and Access (RDA), e a importância da compreensão do controle de autoridade no cenário atual da Catalogação.

Alguns trechos desse artigo que merecem destaque:

Ao olhar para os catálogos digitais, para a função exercida pelos dados de autoridade e para os modelos conceituais FRAD e FRSAD é necessário considerar que, mesmo que os catálogos digitais tenham apresentado considerável desenvolvimento nas últimas décadas, dispondo de novas possibilidades de busca, de navegação e de interface, o modo com que os dados bibliográficos e de autoridade estão dispostos e relacionados sofreu pouca ou nenhuma alteração, visto que o modelo de dados, implantado com o Formato MARC II ainda na década de 1970 e posteriormente complementado com o formato para dados de autoridade, é utilizado ainda hoje na construção de catálogos digitais. (ASSUMPÇÃO; SANTOS; ZAFALON, 2017, p. 27-28).

Authorities, a MARC format : specifications for magnetic tapes containing authority records / MARC Development Office. — Washington : Library of Congress, 1976.
OPAC da Goshen Public Library em Goshen (Indiana, EUA) criado com o software Dynix. Fonte: Wikimedia Commons.

Sobre a importância dos modelos conceituais FRAD e FRSAD, entende-se aqui que esses modelos, por definirem entidades, atributos, relacionamentos e tarefas dos usuários, apresentam uma sistematização do entendimento atual acerca do controle de autoridade nos catálogos. Essa sistematização, construída a partir de uma metodologia consolidada (a análise das entidades, atributos e relacionamentos) é de fundamental importância em tempos de mudanças como o vivenciado atualmente no domínio bibliográfico. Por meio dessa sistematização, assim como daquela apresentada no modelo FRBR, explicita-se que o domínio bibliográfico, com suas ferramentas de acesso à informação e seus instrumentos e processos de representação, fundamenta-se em teorias e não somente na atividade prática. (ASSUMPÇÃO; SANTOS; ZAFALON, 2017, p. 31).

O artigo completo está disponível em: https://doi.org/10.5195/biblios.2018.342

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Fabrício Assumpção

Bibliotecário na BU/UFSC. Bacharel em Biblioteconomia, mestre e doutor em Ciência da Informação.

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